PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES

09-11-2010 11:25

Quem disse que Santos só coleciona títulos no Futebol? O maior jardim em orla de praia do mundo está na cidade.

 

 

Por Gabriel Martins

    Provavelmente boa parte dos habitantes e turistas de Santos já passaram pelo jardim da praia, porém quem já parou para observá-lo?

        Tudo bem, é difícil parar para vê-lo tendo a praia bem na frente, já que, em comparação às belezas naturais do litoral (sol, areia, mar e pessoas tomando sol) o jardim fica muito aquém dela.
        “Para que ficar lá se tem a praia bem em frente?” é o que diz Heitor Gimenez, morador de Rio Claro, que vem sempre passar o feriado na Baixada. 
        Para quem prefere ficar perto das flores à noite encontra dois sérios problemas os gatos e ratos que passam livremente entre as plantas. O surgimento dos ratos ninguém sabe ao certo como ocorreu, mas segundo um artigo publicado no jornal de Santos A Tribuna de 17 de maio de 1988, os gatos foram colocados lá por conta de uma solução muito curiosa da Prefeitura. No melhor estilo Tom & Jerry, o Prefeito da época, Oswaldo Justo, incentivou a colocação de gatos no jardim do José Menino para espantar os ratos.
        Não preciso nem dizer no que deu, né?! Ao invés de liquidar os ratos, surgiu outro problema, os gatos, que não pararam de se reproduzir.
Outra curiosidade sobre o Jardim de Santos é que em 2002 ele foi reconhecimento pelo Guinness book (livro dos recordes) como o maior jardim praiano do Mundo,  com quase 5400 metros de comprimento.
        Porém, para Daniel Oliveira, morador da Baixada, este lugar continua sendo só um enfeite para a praia, “o fato de está no Guinness não quer dizer nada, prefiro a praia”.  
        Segundo Paulo Araujo, Secretário de Meio Ambiente, muitas pessoas o adotam como primeiro lugar em seu passatempo devido às atividades dos postos de salvamento localizados nos canais. Estes postos estão situados cada um em um canal, totalizando seis, cada qual com uma atração. Neles você pode encontrar Biblioteca/Gibiteca, (Posto 5),  Cinearte (4), Escola Pública de Surf (2), Guarda Municipal (5) e Laboratório de Controle Ambiental (Posto 3, Gonzaga).  
        O Jardim tem 719 canteiros, 77 espécies de flores e um pouco mais de 1.745 árvores, sendo que 945 são palmeiras de pequeno e médio porte, de 21 espécies diferentes.
            Mas vamos às “atrações” que se encontram  por sua extensão:

 

Praças
        Estes locais atraem uma grande quantidade de pessoas, com uma variada faixa etária, tudo depende de onde e que horas você prefere ir conhecer. 
        Lagoa do Sapo (nome dado por causa da enorme escultura de um sapo no meio de uma piscina), no período da manha até o início da noite é tomada por crianças. Uma delas, Alice da Silva, seis anos, considera a Lagoa sua Disneylândia.  “É o lugar mais legal do mundo, eu posso brincar com os meus primos de bicicleta”. Os pais Jair e Rosângela, por sua vez, acham outra qualidade na praça, a segurança. “Por ser um local pequeno e com muitas crianças, elas se divertem com outras crianças e podem sair da frente da TV e do computador”, conta um dos pais 
        Já depois das 22h, o local vira um deserto, apenas casais apaixonados se aventuram. 
        A outra praça, popularmente chamada Praça das Bandeiras, fica em frente ao Gonzaga, centro comercial de Santos, onde estão todas as bandeiras dos estados brasileiros mais a bandeira do Brasil e do Distrito Federal.  Ela conta com a boa e velha fonte (que não pode faltar) e também há um bondinho inativo que atrai muitos turistas para fotos. 

Assim como a Lagoa do Sapo, é dividida em dois públicos distintos. No período do dia, os turistas e os jogadores de futebol de areia, também conhecidos como peladeiros, que marcam este local para se encontrar com os companheiros de time.
        E, por fim, temos a Praça do Surfista que, como o próprio nome já diz, conta com um público bem jovem que tem como passatempo surfar.
Inclusive, nesta praça, há o posto com a primeira escola pública de surf do Brasil.
        “É uma oportunidade única para todos os surfistas da região poder ter uma escola como essa, eu e meus brothers só surfamos aqui, vejo muita a ´mulecadinha` aprendendo a surfar”, conta Renato Tavares, surfista há oito anos.

 

Quiosques

        Ao lado de um canal sempre há os quiosques de lanche, mas é o do canal 3 onde ficam as tradicionalíssimas mesas de pedra para público jogar xadrez, dominó e carteado.
        Um dos personagens dessas mesas é Fernando Montovani, 55 anos, freqüentador do local há não menos de 20 anos. Segundo ele, ali é sua segunda casa, “venho aqui de Segunda à Quinta. Para mim só em lugares assim que eu me sinto bem”.
        E este é o público do local. São vários Fernandos Montovanis que têm, como um dos únicos passatempos, gastar umas poucas horas sentado à uma mesa de pedra jogando.

Galeria de Fotos: GABRIEL XXXXXXXXXXXXXXXXXX