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Por onde seguir?
Em tempos de Google maps parece que ficou mais simples achar a localização exata de lugares e cidades. Mas não se engane, a sinalização errada, ou falta dela, pode transformar um agradável passeio em uma frustração. Para evitar essa situação, a Agem desenvolveu o projeto Sinaltur que visa instalação de placas indicativas em toda a Baixada Santista
Por Alexandre Alves
Imagine-se na pele de um turista estrangeiro durante o período da Copa do Mundo de 2014 em uma das cidades do litoral paulista, sendo que você nunca visitou a região antes e não sabe falar português. A partir desse exemplo citado pelo secretário de Turismo de São Vicente, Brito Coelho, podemos ter uma noção da importância que um dos projetos da Agência Metropolitana da Baixada Santista terá daqui a quatro anos.
Trata-se do plano de sinalização regional de caráter turístico, o Sinaltur, que tem por objetivo padronizar placas em todas as cidades da Baixada Santista, de maneira que o turista que está de carro possa se localizar e que facilite a sua locomoção para diversos pontos turísticos. Além disso, serve também para que o motorista que venha ao litoral, esteja ele em Bertioga ou Peruíbe, saiba que está dentro de uma única região metropolitana.
Segundo pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo, que avaliou diversas categorias relacionadas à infraestrutura dos municípios para receber turistas para a próxima Copa do Mundo, exceto capitais, Guarujá, Santos e São Vicente ficaram acima da média nacional e receberam o título de cidades indutoras, ou seja, aquelas que deverão ser indicadas para quem for visitar o País. Entretanto, uma das críticas que o estudo fez à região foi, justamente, a sinalização turística. “Esse é um dos itens que devem ser resolvidos para que a Baixada Santista possa receber melhor os turistas em 2014”, diz Coelho.
Para a arquiteta da Agem, Tamara Gakya, a padronização das placas de sinalização em toda a Baixada facilitará ao turista que esteja em um dos municípios da região metropolitana chegar em pontos turísticos de outras cidades também. Ela explica que quem estiver em Cubatão — passagem obrigatória para quem sai da Capital do Estado para o litoral — poderá saber como se faz para chegar a um local em Praia Grande ou Guarujá, por exemplo.
Ela explica que o símbolo da Região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS) e o tamanho padronizado do pictograma são características que ajudarão a diferenciar as placas do Sinaltur: “A linguagem será trilíngue (espanhol, inglês e português). Elas terão uma película que reflete as luzes dos carros. Portanto, vão ter mais visibilidade e mais resistência, também. Afinal de contas, não adianta ter informações corretas, mas estas serem de difícil visualização. Então, temos um tamanho certo, distância, altura... tudo padronizado”. Além das que serão feitas para o trânsito, haverá placas terrestres em frente aos pontos turísticos com informações mais específicas sobre cada local.
Apesar de o Sinaltur procurar manter um padrão entre as cidades da região e favorecer municípios de menor porte que não possuem condições suficientes para tocar um projeto equivalente, Santos, município mais bem estruturado da região, possui um tipo de sinalização turística própria. “As placas marrons que vemos na Cidade não são nossas, é um projeto da CET com a Prefeitura. Eles sabiam que a Agem estava executando um projeto, mas não quiseram esperar e fizeram um padrão deles que é diferente do Sinaltur. Uma pena porque perde as características”, lamenta a arquiteta.
Para dar início ao projeto, a Agem disponibilizou uma verba estadual de R$ 100 mil para cada um dos nove municípios da Baixada Santista, mas segundo a própria Agência Metropolitana, a verba não será suficiente para a instalação de todas as placas previstas nos relatórios. Tamara diz que cada cidade tem seu ranking de prioridade das sinalizações mais importantes que deverão ser instaladas logo, portanto mais urgentes, e que isso não significa que mais dinheiro não possa ser investido depois para a conclusão. Entretanto, nada impede que as prefeituras busquem recursos de outras fontes de renda: “O combinado é que metade do investimento seja da Agem e outra de responsabilidade do município, seja com recurso próprio ou federal, de forma que seja melhor para eles”.
São Vicente, por exemplo, é um dos municípios que recebem verba do Ministério do Turismo para tocar o projeto. O secretário Brito Coelho diz que o valor será liberado pela Caixa Econômica Federal conforme a instalação das placas. “Os técnicos do banco analisam o que será feito, e assim, liberam o dinheiro”.
A parte preliminar do projeto teve seu relatório final divulgado em dezembro de 2005, e nele foram decididas questões de padronização dos modelos das placas, as rotas e como seria a sinalização. Já a parte executiva, concluída em outubro de 2008, teve um perfil mais detalhado com questões sobre abreviações dos nomes dos locais, tamanho das placas e conteúdo mais aprofundado a respeito de cada município. Entretanto, segundo a arquiteta da Agem, como nesse período houve mudança de poder em parte das cidades da região, o projeto levou mais tempo do que se esperava. Por causa disso, Tamara explica que a agência ainda não tem informações de placas do Sinaltur instaladas na região.
O papel de cada município nisso tudo é de solicitar a verba que têm direito, realizar uma licitação pública para a contratação de uma empresa para executar o trabalho e cuidar da manutenção. Por outro lado, além de fazer o projeto e levantar recursos, a Agem deverá fiscalizar o trabalho feito pelas prefeituras com o dinheiro estadual e verificar se a sinalização feita nos nove municípios da região metropolitana seguem o padrão estabelecido pelo Sinaltur.
Para Brito Coelho, o projeto é um passo que região dá para corrigir uma série de falhas que a região precisa. “Temos que sair da cara de região de veraneio para nos tornarmos uma região turística, que recebe visitantes o ano inteiro e não em razão da praia e do sol, esse é nosso objetivo”.
Turistas aprovam a sinalização da região?
O turista de Manaus, Célio Paiva, aprova a sinalização turística de Santos. “Por enquanto não estou tendo dificuldades para conhecer a Cidade. Estou há dois dias aqui”.
Para Francisco Justino, de Maceió, a sinalização de Santos é boa, mas a de São Vicente e Praia Grande... “Aqui em Santos, por enquanto, não tenho problema, mas em São Vicente e Praia Grande, a sinalização não ajuda. Para nós, que somos de fora, fica difícil chegar em alguns pontos turísticos”.
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